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O termo mudra aparece nos textos clássicos do tantra yoga, como originário da raiz “mud”, que significa “encanto, deleite, força mágica e poder” e do sufixo “dru”, significando “permanecer, manter, controlar”. Assim, mudras são gestos das mãos que despertam e intensificam um determinado estado interno e sentimento, e que possuem “poder”, porque funcionam como intermediadores do processo mente-corpo.

Na Dança Clássica da Índia, o rico simbolismo da linguagem gestual das mãos (hasta), através da multiplicidade de possibilidades de interpretação, ganha um significado maior do que aquele que pode ser atingido por palavras. O extenso repertório das expressões faciais, movimentos dos olhos e gestual simbólico das mãos, unem-se para narrar visualmente um determinado episódio da literatura hindu. Mas não se engane, pois todos esses elementos não se unem, apenas para uma mera interpretação artística, mas sim para conduzir o dançarino-ator também a uma percepção mais profunda de Si mesmo. Ou seja, de uma experiência com nós mesmos, um reatar contato com recantos secretos, esquecidos, com a nossa memória psico-física.

Para esse dançarino-ator, a arte é um instrumento que fornece meios para uma experiência interna valiosa. É por isso que a verdadeira arte é um caminho Dharmico, devocional, uma experiência yóguica.

Seja no contexto da dança, do yoga ou de um ritual hindu, os gestos das mãos podem representar estados ou processos da consciência, bem como, ao contrário, levar o praticante aos estados de consciência que simbolizam. Assim como o corpo pode expressar a atitude interna através dos seus gestos, também ao contrário, os gestos podem despertar a mesma atitude interna no praticante.

“O Mudra prepara o praticante a um estado interno de identificação; já neste estado interno, começa sutilmente a assimilar os efeitos do gesto; concentrado e interiorizado ainda mais no gesto, o praticante consegue ter domínio sob o seu estado vivencial, manifestando em seu corpo; já senhor de si mesmo, o praticante controla a força adquirida e a dirige para qualquer parte do seu corpo ou para fora dele.” (Trecho de um texto do kularnava Tantra)

Uma vez conhecedor do significado e do benefício físico e mental de um mudra (ou hasta), qualquer pessoa pode beneficiar-se de seu uso.

Pranam Mudra é o “gesto da saudação” (veja na foto)

Os cinco dedos da mão direita representam os cinco órgãos da ação, ou seja: língua e boca; mãos; pés; órgão excretor; e órgão reprodutor. E os cinco dedos da mão esquerda representam os órgãos do conhecimento, ou seja: olhos; nariz; ouvidos; língua; e pele. A união das duas mãos revela a necessidade de manter os órgãos do conhecimento e os órgãos da ação em harmonia, propiciando um pensar e agir corretos.

Também, na soma dos dedos das duas mãos, o número dez é símbolo da perfeição e número místico da unidade, significando assim a importância do reconhecimento da unidade na multiplicidade.

Entre os praticantes do yoga, é muito comum o uso do pranam mudra com a verbalização da palavra “namaste”. Uma das inúmeras interpretações para esta palavra é “o deus em mim saúda o deus em você” – reconheço a igualdade em tudo e honro o sagrado em mim e em todas as coisas.

 

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