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Por Silvana Duarte

Imagine um lugar onde a natureza é abundante, onde a dança e música são parte de uma antiga civilização e ainda mantem o frescor, beleza e encanto de uma arte com raízes profundas na filosofia e espiritualidade. Esse lugar chama-se Orissa.

Foi em 1996 que participei pela primeira vez do Festival de Dança de Konarak, vilarejo histórico, província de Orissa, a 79 km da capital, Bhubaneswar. Konarak também é o nome do magnífico templo (séc. 12) construído à imagem de uma carruagem alada para transportar o deus védico Surya, o Deus-Sol, a fazer o seu percurso diário no céu.

No festival de dança do templo de Konarak deste ano, pairava no ar uma atmosfera mágica, muito especial e auspiciosa, por conta da ocasião da mudança da deidade do templo de Jagannatha em Puri (33 km de Konarak), que ocorre a cada 12 anos. A viagem de Bhubaneswar a Konarak em si, é uma benção para a alma e os olhos. Passa-se por muitas plantações de arroz e pequenos vilarejos e aldeias, cuja principal fonte de renda é a agricultura.  Cheguei mais cedo em Konarak com o propósito de acompanhar o fluxo do rio Kusabhadra, na marina drive road, a fim de observar o encontro do rio com o oceano índico na baía bengala. Bem a tempo de assistir o belíssimo espetáculo do pôr do Sol no horizonte do rio ao mesmo tempo em que a lua cheia fazia sua entrada na baía de bengala. Um cenário perfeito! Perfeito para celebrar a riqueza cultural de Orissa.

No anfiteatro do templo de Konarak, local do festival de dança, uma iluminação bem cuidada não iluminava apenas os artistas no palco, mas garantia uma visão etérea ao templo, logo atrás do palco. Os que não puderam ali estar presente nos cinco dias do festival, puderam acompanhar o festival pela rede nacional de televisão. A quinta e última noite do festival, contou com a apresentação de música e dança Butanês, seguida da apresentação do grupo Nrutyayan, liderado por Guru Durga Charan Ranbir de Bhubaneshwar, famoso por suas inovações em composições coreográfica para grupo. O grupo composto por seus mais experientes dançarinos, entre eles Sonali Mohapatra,Dipti Routray, Rahul Acharya, Debasish Patnaik,Gokulshree, Aparaupa patnaik, Sristi e Gayatri Ranbir (filha de guru Durga Charan Ranbir) entre outros, apresentou sthayee e abhinaya (dança expressiva) baseado na história de Jagannath Gopinath.

Bhubaneswar, Konarak e Puri, formam o triângulo dourado de Orissa.  Não é para menos que o templo de Konarak, patrimônio da humanidade, majestosamente permanece ao centro deste triângulo Oryia. Quando presencio tamanha beleza e encanto que essa cultura exerce em todos que a conhecem, ainda me impressiona observar que esse destino não seja explorado por uma grande maioria dos viajantes que vem à Índia.

Para quem não sabe, Bhubaneswar é a capital dos templos da Índia. Na cidade contam-se mais de 600 templos, boa parte destes, testemunhas do florescimento da música e dança Odissi. Não há como não observar ser Orissa o palco perfeito para a passagem dos viajantes desejosos de conhecer uma Índia ainda pouco tocada por influências estrangeiras, e sua cultura um cenário simplesmente perfeito!

Por Silvana Duarte

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